Dois Passaportes

Experiências de imigração,  Morar em Portugal

Minha imigração para Portugal

Como Portugal se tornou meu destino

Meu processo de imigrar para Portugal começou em 2019, quando o IFES, onde eu estudava, abriu um processo seletivo para um intercâmbio em Portugal, em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança. No início, a ideia de fazer um intercâmbio parecia impossível para mim. As questões financeiras eram um obstáculo, e minha mãe, que sempre foi superprotetora (tem seus motivos), não deixava eu viajar sozinha naquela época (mesmo com meus 23 anos). Então, quando vi o edital, não dei muita atenção.

O incentivo da amizade e a decisão de partir

Foi só quando minha amiga Gabriela mencionou o intercâmbio que começamos a sonhar juntas. Decidimos, meio na brincadeira, comentar com nossas mães sobre a ideia. E, para minha surpresa, minha mãe não disse o temido “não”. Em vez disso, ela quis saber mais detalhes. Foi aí que comecei a pesquisar sobre Bragança, Portugal, e os custos de seis meses de intercâmbio para passar as informações para ela.

Com todas as informações em mãos, meus pais, para minha alegria, concordaram em me deixar fazer o intercâmbio e se comprometeram a pagar por ele. No entanto, tive que abrir mão da minha formatura, já que não seria possível arcar com ambos os custos. Então, no dia 11 de setembro de 2019, embarquei para Portugal pela primeira vez, com destino à encantadora Bragança.

Descobrindo Portugal: Segurança, Qualidade de Vida e Sonhos Realizados

Essa primeira viagem para Portugal tinha data marcada para início e fim. Vim com um visto de estada temporária de seis meses, com passagem de ida e volta compradas. Naquela época, a ideia de morar em Portugal nem passava pela minha cabeça. Mas, no final do intercâmbio, esse desejo, que antes parecia impossível de realizar, começou a ganhar força, especialmente quando descobri a possibilidade de voltar para realizar uma dupla diplomação.

Além da oportunidade do enriquecimento profissional através da dupla diplomação, com o tempo que passei em Portugal, percebi algumas diferenças em relação ao Brasil, principalmente no que diz respeito à segurança e à qualidade de vida. Eu amo o Brasil, acho um país incrível, mas viver em um país mais seguro, com um poder de compra maior e a possibilidade de fazer as tão sonhadas viagens pela Europa me encheu os olhos.

O retorno ao Brasil e a decisão de imigrar para Portugal de vez

Quando voltei ao Brasil em 2020, já tinha decidido que queria voltar, e imigrar para Portugal de vez. No entanto, alguns “pequenos” detalhes precisavam ser resolvidos: 1. Estávamos em plena pandemia; 2. Eu tinha um total de ZERO reais para voltar; 3. Para a dupla diplomação acontecer, o IFES e o IPB precisavam firmar um novo acordo, pois até então só havia um acordo para mobilidade acadêmica (intercâmbio); 4. Como a instituição era federal, eu precisava passar novamente por um processo seletivo.

Trabalhando pelo Sonho: Conquistando a Dupla Diplomação

O primeiro passo foi garantir o acordo entre o IFES e o IPB. Minha amiga Gabi e eu entramos em contato com os serviços de relações internacionais de ambas as instituições e demonstramos nosso interesse na dupla diplomação. Como já havia um acordo de mobilidade e nossa experiência foi positiva (fomos as primeiras a participar desse intercâmbio entre o IFES e o IPB, e tivemos um bom desempenho), ambos concordaram em criar um novo acordo para a dupla diplomação. Após cerca de seis meses, o edital foi lançado, e a Gabi e eu fomos selecionadas novamente. Até aí, tudo estava indo bem.

Superando dificuldades: O desafio financeiro e a pandemia

Mas, então, veio a questão financeira. Eu tentei de tudo, até mandei mensagens para blogueiras que eu seguia, contando meu sonho e pedindo ajuda – sem respostas, claro. Comecei a trabalhar em uma loja de maquiagens no shopping para juntar dinheiro. Meus pais, que já estavam com as finanças apertadas, fizeram o que puderam. Meu pai, que estava economizando para trocar de carro, me deu as economias e parcelou minha passagem no cartão. Minha mãe, mesmo não concordando completamente com minha decisão, conseguiu juntar mais um pouco, e assim, com pouco dinheiro, mas muita determinação, eu estava pronta para embarcar. Porém, ainda tinha a pandemia.

Finalmente, o recomeço: A volta a Portugal

Devido ao fechamento das fronteiras, consegui viajar apenas em junho de 2021, quando elas reabriram. E assim, com minha melhor amiga, uma passagem só de ida, cerca de 8 mil reais na conta e um sonho, embarcamos.

Dani e Gabi, rumo a Portugal.

Os próximos capítulos dessa história, eu conto nos próximos posts…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *